quinta-feira, 7 de julho de 2016

Umbanda, a religião Brasileira que chegou a Alemanha.


O coração segue caminhos misteriosos e foi por um desses caminhos que a terapeuta alemã Gabriele Hilgers se casou com o Brasil. O casamento foi selado através da Umbanda, a religião Brasileira que ela conheceu há dez anos e se apaixonou. Gabriele se tornou a primeira mãe de Santo alemã, status das sacerdotisas desta pratica religioso, depois de ser coroada em 2006 por um Pai de Santo Brasileiro. Dois anos depois inaugurou o primeiro terreiro de Umbanda da Alemanha. “A dança alegre, o som dos atabaques e a linguagem simples para aflorar o amor ao próximo têm quebrado paradigmas dos alemães que frequentam esta casa”, comenta mãe Gabriele.
Gabriele é natural de Dusseldorf e chegou à Umbanda quando pesquisava novas religiões pelo mundo. Foi durante uma imersão de meditações na Índia que ela sentiu vontade de aprender o português e vir para o Brasil. Chegou a um centro que lhe foi recomendado, na zona sul de São Paulo e ao ouvir o som do atabaque que acompanha os ritos da Umbanda e a atmosfera de dança e de entrega a incorporação, disse a si mesma: “Isto é pra mim! Eu me senti feliz como sempre sinto quando estou na Umbanda. É uma chance para nós, alemães de viver a nossa verdade pelo coração, numa religião que não tem dogmas como é a Umbanda”.
Hoje os alemães batem cabeça a todo o panteão de divindades desta religião, vestem brancos e se reúnem semanalmente na Casa de Irradiações Espirituais de São Miguel, o centro de Umbanda dirigido por Gabriele, que funciona em Viehl. Os alemães se sentem confortáveis na Umbanda porque podem ter um contato com Deus sem ter o peso de serem 100% corretos e perfeitos o tempo todo. Traz leveza para a sua realidade, pois o erro se transforma numa fonte de aprendizado e não mais de penitencia.
Os médiuns alemães atendem os seus invocando a energia das entidades conhecidas dos brasileiros, mas também trabalham com arquétipos da cultura local, como druidas e wikas da mitologia celta. Centenas de alemães frequentam a Casa de Gabriele, que já vislumbra a coroação de três novos sacerdotes: duas mães no Santo e um pai no Santo, todos nascidos na terra Chanceler Angela Merkel. “Temos recebidos gente da Alemanha inteira e também de países vizinhos”, afirma Gabriele.
Quando questionada se os alemães não deveriam se sentir menos a vontade diante de um credo vindo de um país tão diferente, Gabriele responde certeira: os brasileiros são muito mais evoluídos espiritualmente que os alemães.


Reportagem de 21/11/2015 por Carla Jimenez

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